Por vezes é quando paramos e pensamos que realmente reparamos nas coisas.
Eu sou uma rapariga que nasceu num lugar lindissimo e num recanto que carinhosamente chamo de paraíso, é calminho, tem mar e flores. Agora, vivo num sítio cheio de movimento, tenho carros a passar-me à frente da janela do quarto e da cozinha a toda a hora. Para qualquer lado da casa que me vire, estou a levar com o barulho da atarefada cidade em que vivo. Digo isto, não negativamente, mas sim para constatar a diferença de estilo de vida que o rumo do meu destino me levou.
A verdade é que realmente gosto. Gosto de sair à porta de casa e ter uma Sephora, um Macdonalds e uma H&M mesmo assim a uns quantos metros. É normal, tudo isso se torna útil para qualquer pessoa, é sempre bom sair de casa e poder ir ver umas novidades, ter a confusão da cidade, que mesmo que seja por vezes cansativa, nos põe de alguma forma a viver.
Mas tudo aqui passa depressa demais, tudo aqui é rotina, tudo aqui tem que ter um bocadinho de tempo para sabermos valorizar o quanto é bom o descanso das nossas raízes, neste caso, das minhas. E, não querendo parecer metida demais na minha rotina, a verdade é que foi preciso a casa estar completamente vazia de confusão, eu estar metida nos meus próprios pensamentos, a beber o meu café sagrado, para perceber que realmente...o quanto bem me fazia estar num recantozinho da minha casa, com o sol a bater-me e tudo o que ouvisse fosse quase a minha respiração...ou o John Mayer, que também me acalma e muito. Para quem ainda não tentou esse truque, tentem! Conselho de amiga!
É por estas e por outras, que cada vez mais tenho a certeza, que sou menina de cidade, mas tenho um lado, aquele lado que bate mil vezes mais rápido quando se pensa e que faz um apertozinho no peito de saudades, que me faz voltar e pedir...que tudo seja assim, mais calmo, mais "meu".
Resumindo, eu ficava bem num sítio assim o resto da vida...juro.