quinta-feira, 23 de agosto de 2018

Dias assim

Há dias assim. Dias que nem parece que dormes, que sonhas, que desligas do mundo real. Há dias assim. Os que não sabes se precisas de um copo com um café forte ou de uma cama gigante cheia de almofadas para te enfiares o dia todo e nem saberes de que cor o céu decidiu aparecer hoje.

Há dias assim. Dias que o mundo bem podia pedir feriado, que todas as frases positivas te parece tretas e balelas de alguém que não sabe que o mundo real, o piso em que todos os dias tocas é feito disso mesmo: rotinas, gente chata, responsabilidades e negativismo. 

Há dias assim e somos nós que os temos que encarar. Nós, os crescidos, os ditos adultos, os que deviam acreditar que amanhã vai vir melhor e é tudo uma questão de tempo. Mas depois, há dias assim, que parece que acordas desse sonho em que vives, nessa esperança, nessa ilusão e te apercebes, - como que a deixar de ser criança para adulto -, que afinal ainda tudo continua igual. Continuas no mesmo emprego, acordar à mesma hora, a ir ver as mesmas pessoas e ter que fazer as mesmas coisas. Que o caminho para casa continua a ter o mesmo buraco que ontem e a semana passada e o mês passado, que os teus fins-de-semana não sabem a tal porque tu continuas à um ano a jurar que vai mudar, mas que não tens maneira de fazer. Que continuas a bater na mesma tecla pela pessoa errada e te sentes culpada por não teres feito melhor, não teres sido melhor, para alguém que tu achas melhor e nem faz sentido o achares.

Há mesmo dias assim. E amanhã é outro dia, é verdade. Mas, seria muito pedir que esses dias...acabassem por não existir


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