Ultimamente tenho recorrido muito a lembranças, tenho recorrido a memórias que outrora fora motivos de alegria e tenho cada vez mais me assustado com a forma como a vida muda num espaço de pouquíssimo tempo. Tenho a certeza que trazemos sempre o melhor de nós connosco, nem que seja uma pequena memória que só pode ser comparada mesmo a uma pequena partícula de ar, mas é essa mesmo que faz de nós quem somos, e é talvez por isso que tenho que recorrer ao antes, ao que foi, para me poder encontrar de novo. Por vezes encontro-me, outras ainda estou ás voltas, sem saber bem onde estou, sem saber onde posso ir me buscar, cada minuto da minha vida tem se tornando então numa constante conquista do que fui, como também tem sido uma constante procura do que serei um dia, se realmente haverá a vontade de antes de ir á procura de algum sonho perdido. Tenho saudades disso, de viver intensamente o que queria para um futuro, de olhar para as palavras e saber que as conquistei, que sempre foi aquilo que quis. O meu tempo por vezes parece que já foi, hoje tornou-se, talvez, demasiado rotina, demasiado aquilo que vem, e por vezes, aquilo que vai. É disso que não tenho saudades, do que vai, prefiro do que vem e fica, fica do meu lado e faz comigo a minha história. Como seria bom por vezes, simplesmente me deixar levar, como antes, sem pensar, sem ter medo, sem ter que recorrer a um abraço reconfortante para me sentir segura e seguir em frente. Sempre soube que a minha força era somente minha, era como uma fonte que eu encontrava algures dentro de mim e quando mais precisava, pronto, lá estava ela, mesmo sem eu acreditar na sua fiabilidade, ela sempre arranjava maneira de aparecer, de dar conta que eu conseguia me segurar mais uma vez. Mas agora, talvez cansei, enferrujei o que dela vinha, não por me encontrar sem forças, mas sim, por agora, saber que sim, agora já sei que tenho que viver com ela, sem ter que "acreditar" que ela me vai salvar. No entanto, tudo são hipóteses, tudo são conquistas, tudo são medos e forças, todas essas coisas encontram-se, todas elas se completam e fazem de mim, esta menina, que por meio de tropeços se vai encontrado, se vai conquistado aos poucos..e vai aprendendo, que somente ela, é a dona da sua própria "fonte.
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